LÁCTEOS
v. 8 n. 301 (2023)
Palavras-chave:
Leite, Queijo, Semiárido, Competitividade, Commodities, GuerraResumo
A produção mundial de leite já alcançou o recorde de 710,75 milhões de toneladas em 2023, motivada pela melhoria do cenário externo, mas ainda afetada pelos efeitos pós-pandemia e da guerra Rússia vs Ucrânia, além de problemas logísticos para suprimentos, inflação das commodities e dos insumos, desaquecimento das principais economias e alta da inflação de alimentos. No Brasil, o comércio exterior de lácteos já acumula déficit superior a US$ 606,55 milhões no acumulado de janeiro a julho de 2023, em transações comerciais na ordem de US$ 702,65 milhões. No Nordeste, no mesmo período, o déficit superou US$ 38 milhões, cujas importações são majoritariamente de queijo, US$ 24,99 milhões (65,14%), média de US$ 4,61/Kg, e as exportações predominam leite fluido, US$ 106,83 mil (29,58%), com preço médio de US$ 1,45/Kg; e de queijos, US$ 102,31 mil (28,33%), US$ 10,63/kg. A produção no País caiu -6,85% entre o 4T2022 e o 1T2023 (6,31 para 5,88 milhões de litros). No geral, atribuída a dissonância entre os altos custos de produção e os preços pagos ao produtor, da desproporcionalidade com a concorrência externa, do desemprego, o limitado poder de compra da população e a redução da quantidade de produtores, que chegou ao mesmo patamar do início da série histórica do PTL (IBGE, 1997), inferior a 1.800. Assim, as perspectivas do setor de lácteos são de alerta, ademais, na perspectiva dos impactos do El niño para 2022/2023.