INDÚSTRIA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
v. 8 n. 273 (2023)
Palavras-chave:
Bebida Alcoólica, Comportamento do Consumidor, Tendência de Mercado, Indústria Brasileira, Emprego, Produção de bebidaResumo
O consumo de bebidas alcoólicas em termos mundiais apresentou recuperação nos dois últimos anos (2021 e 2022), após queda de 6,7% das vendas em volume observada em 2020, especialmente devido ao forte impacto da pandemia nas vendas do mercado “on-trade”. Em 2021, alta de 4,4% no volume de vendas, seguido de um crescimento menor, de 2,3%, em 2022. O mercado brasileiro, que enfrentou queda da produção em 2021 (-0,3%) e 2022 (-1,9%), deve iniciar a recuperação em 2023, apesar dos desafios que se apresentam de baixo crescimento econômico e tendência de manutenção da inflação, com aumento projetado de 4,0% nas vendas em volume, bem como crescimento médio anual (CAGR) de 3,1% até 2026. Entre as principais tendências do mercado mundial, que devem se refletir nos mercados nacional e regionais, destaca-se o maior equilíbrio entre o consumo de bebidas premium e de bebidas de menor preço de marcas tradicionais, a consolidação do e-commerce como canal de distribuição, a busca por produtos mais sustentáveis e o crescimento do consumo de produtos com baixo teor alcoólico e/ou sem álcool. Isso demandará adaptações de produtos e processos por parte das empresas já consolidadas e o surgimento de nichos a serem explorados por novos players. Em termos de perspectivas de investimentos, dado o baixo nível de utilização da capacidade da indústria de bebidas alcoólicas nacional, o momento atual é de parcimônia. Por outro lado, considerando as necessidades de adaptações nas linhas de produtos e tipos de embalagens utilizadas, a partir das tendências supracitadas, podem surgir necessidades de investimentos (e financiamentos), as quais devem estar relacionadas à fabricação de produtos que atenderão a nichos específicos de mercado, ou à adequação dos processos de produção às novas necessidades apontadas pelo mercado.