LÁCTEOS
v. 8 n. 266 (2023)
Palavras-chave:
Semiárido, Queijo, Leite, Commodities, Guerra, PandemiaResumo
Em 2022 até novembro, a produção mundial de leite alcançou o recorde de 549,48 milhões de toneladas, motivada pela melhoria do cenário externo, mas ainda afetada pelos efeitos da pós-pandemia e da guerra Rússia vs Ucrânia: problemas logísticos nas cadeias de suprimentos, inflação das commodities e dos insumos, desaquecimento das principais economias e alta da inflação de alimentos. No Brasil, o comércio exterior de lácteos já acumula déficit superior a US$ 537 milhões no acumulado de janeiro a novembro de 2022, em transações comerciais na ordem de US$ 724 milhões. No Nordeste, no mesmo período, o déficit superou US$ 49 milhões, cujas importações são majoritariamente de queijo, US$ 34,30 milhões (68,85%), média de US$ 4,55/Kg, e as exportações predominam leite fluido, US$ 164,06 mil (30,48%), com preço médio de US$ 1,52/Kg; e de queijos, US$ 154,16 mil (28,64%), US$ 10,47/kg. A produção no País aumentou 13,04% entre os 2T2022 e 3T2022, (6,10 para 5,40 milhões de litros), após dois trimestres de queda. Na comparação dos acumulados dos três primeiros trimestres de 2021 e de 2022, o recuo da produção foi de -6,44%. No geral, a dissonância entre os altos custos dos principais insumos e os preços pagos ao produtor, a elevada taxa de desemprego e do poder de compra da população. As perspectivas do setor de lácteos são de alerta, sob efeito do La niña e na perspectiva de El niño para 2022/2023. As limitações do setor reduziram a quantidade de produtores, a partir do 2T2022, a quantidade de produtores (informantes) chegou ao mesmo patamar do início da série histó rica do PTL-IBGE (1997), inferior a 1.800.