CARNE BOVINA

v. 8 n. 264 (2023)

Autores

  • Kamilla Ribas Soares
  • Luciano Feijão Ximenes

Palavras-chave:

Carne, Produção, Mercado, China, Nordeste

Resumo

Tensões geopolíticas, problemas sanitários e de mercado nos rebanhos de suínos e aves, inflação de alimentos, dentre outros desafios deverão manter a demanda aquecida e os preços elevados da carne bovina ao longo de 2023. A China, com demanda segundo a USDA (2023) de cerca de 10,24 milhões de toneladas em 2022 tem previsão de alta de quase 5,9% para 2023 (10,85 milhões t). Nos desafios sanitários destaca-se o avanço de novos surtos e variantes da Influenza Aviária (HPAI), em função da competitividade entre as carnes de frango e suína, como alerta à América Latina. Contudo, no acumulado de 2022/2021, o Brasil aumentou as vendas em 40,88% (de US$ 9,20 para US$ 12,96 bilhões) e 22,66% (1,85 milhão para 2,26 milhões t) e exportou para 153 países. A China continua sendo o principal destino e, ainda, aumentou sua participação de 39,22% em 2021 (723 mil toneladas) para 54,72% em 2022 (1,24 mil toneladas). Outros países também, incluindo Egito, Emirados Árabes e Rússia. No Nordeste, entre 2022 e 2021, as vendas recuaram em -19,48% (US$) e -19,30% (Kg) e exportou para 67 países. A maior parte das exportações foi para Ásia, US$ 15,49 milhões (33,02%). Outro parceiro importante para o Brasil e o Nordeste é o Oriente Médio, entre 2021 e 2022, o volume nordestino embarcado aumentou 62,48%, de pouco mais de 2,22 para 3,61 mil toneladas, e de US$ 10,38 para US$ 17,43 milhões, alta de 67,83%. No País, a disponibilidade do gado foi relativamente baixa até 2021, o que manteve os preços elevados de reposição e incentivaram os pecuaristas aumentarem os estoques. Assim, em 2022 (até o 3T2022), o número de animais abatidos aumentou +7,13% (20,74 milhões), em relação ao mesmo período de 2021 (22,22 milhões). Ainda, os pecuaristas enfrentaram dificuldades na engorda devido ao custo das rações, além das intempéries climáticas que prejudicam as pastagens. O abate total de bovinos no País no 3T2022 foi de 7,85 milhões de cabeças, alta de 11,87% em comparação com o 3T2021. A produção total de carne também se destacou, com alta de 9,79%, de 1,94 para 2,13 milhões de t, entre o 2T2022 e o 3T2022. O Nordeste, no acumulado de 2022 (até o 3T2022) foram abatidas 1,89 milhão de cabeças, alta de 14,29%, em relação ao mesmo período de 2021. O poder de compra da população melhorou, mas ainda segue fraco, com a substituição por carne de frango e suínos, a alternativa da maioria da população tem sido cortes e carnes mais baratos e, ainda, de processados, vísceras e ovos. Não obstante, em relação ao El Niño, ainda é cedo para uma estimativa mais acurada, porém se o fenômeno se estabelecer, seus efeitos devem ser evidentes no verão 2023/2024.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Kamilla Ribas Soares

Doutora em Zootecnia

Luciano Feijão Ximenes

Doutor em Zootecnia

Downloads

Publicado

2024-04-26

Como Citar

SOARES, Kamilla Ribas; XIMENES, Luciano Feijão. CARNE BOVINA: v. 8 n. 264 (2023). Caderno Setorial ETENE, Fortaleza, v. 8, 2024. Disponível em: https://bnb.gov.br/revista/cse/article/view/2685. Acesso em: 27 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos