CARNE BOVINA

v. 8 n. 292 (2023)

Autores

  • Kamilla Ribas Soares
  • Luciano Feijão Ximenes

Palavras-chave:

Carne, Produção, Mercado, China, Nordeste

Resumo

Para este ano 2023, tem-se observado com efeito, a normalização das cadeias globais de suprimento e a desaceleração, ainda que moderada da demanda mundial, o que têm resultado em rápida descompressão da inflação ao produtor nas principais economias. No Brasil, esse movimento vem sendo sustentado principalmente pelos setores como agropecuária e indústria extrativa. Contudo, torna-se importante ponderar que adversidades climáticas, como a provável ocorrência do El Ninõ e tensões geopolíticas, como novas escaladas na guerra russo-ucraniana, afetem as cadeias globais de suprimento, sobretudo de commodities agrícolas, o que traz preocupações quanto a consolidação do processo de desinflação global. Nos desafios sanitários destaca-se o avanço de novos surtos e variantes da Influenza Aviária (HPAI), inclusive o Brasil já consta de 50 focos em aves silvestres e 01 foco em ave doméstica, em função da competitividade entre as carnes de frango, suína e o impacto sobre a carne bovina. Em 2023, o volume das exportações de carne bovina se recupera gradativamente, após o fim dos embargos atribuídos aos casos da “BSE atípica” ocorridos em fevereiro de 2023; em maio, o país bateu o recorde de exportação mensal de carne bovina. No acumulado de janeiro a maio de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022, o Brasil reduziu as vendas de carne em -24,77% (US$) e -9,43% (Kg); exportando carne bovina para 139 países. Por outro lado, a demanda esperada de consumo da China para 2023, está em cerca de 10,87 milhões de t, alta de quase 2,04% (10,66 milhões t/2022). Frente a isso, o Brasil, em maio, exportou para a China, em torno de 110,98 mil t, 173% a mais que a quantidade embarcada em abril; e em meados de junho foi autorizada uma remessa de 70 mil t. No Nordeste, entre 2023 e 2022, as vendas de carne recuaram em volume, -3,45% (Kg), mas aumentaram em valores arrecadados em 2,09% (US$), exportando para 53 países. O maior parceiro comercial das exportações nordestinas é a Ásia, US$ 4,51 milhões (23,08%), especificamente Hong Kong, além de outros países como Uruguai, US$ 5,41 milhões, (27,69%) do total das exportações do Nordeste. Outro parceiro importante é o Oriente Médio, principalmente Arábia Saudita e Líbano. Em relação ao abate, no 1T2023, 7,34 milhões de cabeças de bovinos foram abatidas, quantidade 4,8% superior à obtida no 1T2022; o que representou um recuo de 2,7% frente a 4T2022 (7,85 milhões de cabeças). A produção total de carne também se destacou, com alta de 2,96%, de 1,84 para 1,90 milhões de t, entre o 1T2022 e o 1T2023 e representou um recuo de -6,64% frente a 4T2022 (2,03 milhões de t). O Nordeste, no acumulado do 1T2023 foram abatidas 622,3 mil cabeças, alta de 5,74%, em relação ao mesmo período de 2022. O poder de compra da população melhorou, mas ainda segue fraco, com a substituição por carne de frango e suínos, a alternativa da maioria da população tem sido cortes e carnes mais baratos e, ainda, de processados, vísceras e ovos.

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Biografia do Autor

Kamilla Ribas Soares

Doutora em Zootecnia

Luciano Feijão Ximenes

Doutor em Zootecnia

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Publicado

2024-08-02

Como Citar

SOARES, Kamilla Ribas; XIMENES, Luciano Feijão. CARNE BOVINA : v. 8 n. 292 (2023). Caderno Setorial ETENE, Fortaleza, v. 8, 2024. Disponível em: https://bnb.gov.br/revista/cse/article/view/2737. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos