CARNE SUÍNA

v. 9, n. 331, abril, 2024

Resumo

Após dois anos de margens negativas, a suinocultura nacional entra num período mais favorável, em função da queda dos custos dos grãos que vem ocorrendo desde o 1T2023. Ainda assim, a inflação segue pressionando os custos de produção, especialmente energia, transporte (frete) e ração. A permanência desse cenário dependerá do resultado favorável das safras de grãos no mercado internacional, dos impactos ambientais advindos do El Niño e dos conflitos geopolíticos. Considerando o acumulado deste bimestre, as exportações foram tímidas, acréscimo de +0,51% (US$) e +13,03% (kg) em relação ao 1B2023. O abate de suínos atingiu 14,15 milhões de cabeças no 4T2023, aumento de +1,13% para o 4T2022, porém, queda em comparação ao 3T2023 (-3,36%). Na produção no 4T2023, houve recuo de -5,8% (1,30 milhão de toneladas), em relação ao 3T2023 (1,38 milhão de toneladas), ganhos em produtividade de +1,56% em relação ao 4T2023 (1,28 milhão de toneladas). Esse crescimento cauteloso pode estar associado à retração econômica chinesa que vem controlando suas importações e limitando a demanda. No Nordeste, alta de +4,89% no abate de suínos no 4T2023 em relação ao 3T2023 (167,72 para 175,92 mil cabeças), com alta na produção de carne de +5,39% (13,49 mil para 14,22 mil toneladas). O volume exportado na região foi expressivo em relação ao 1B2023, altas de 63,49% (US$) e de 17,83% (Kg). No 1B2024, a Região faturou cerca de US$ 211,92 mil com exportações de 28,9 mil t de carne suína. Com a alta sustentável da taxa de ocupação e da melhoria da renda, houve aumento do consumo de proteínas de maior valor agregado pela população, mas não foi fator isolado suficiente para gerar inflação sobre os preços das carnes. Assim, ao longo de 2023, os preços das carnes bovina e suína caíram em relação a 2022, fruto do aumento de oferta no mercado interno. Com isso, a competitividade da proteína suína tem aumentado e a demanda dos frigoríficos se elevou devido à necessidade de reposição dos estoques.