FRANGO
v. 6 n. 167 (2021)
Palavras-chave:
bovina, suína, frango, Covid-19, pandemiaResumo
Em meio à segunda onda da pandemia, no acumulado de janeiro a abril de 2021 (1Q2021), o Nordeste brasileiro faturou cerca de US$ 2 milhões com exportações de 2 mil toneladas de carne de frango. Muito embora represente recuos de -7,05% e de -16,94%, respectivamente, em relação ao 1Q2020 e 1Q2019, a alta foi de 62,95% e 27,10%, para valor e volume. A perspectiva é de crescimento das exportações com duas janelas de oportunidade, na Ásia - além da demanda insatisfeita, sofre ainda os efeitos de surtos da gripe aviária e da peste suína - e a África do Sul tem se destacado, e em 2020 foi o principal importador em volume do Nordeste, 3 milhões de toneladas (42% do total). Já no 1Q2021, a África do Sul, maior PIB per capita africano, lidera em valor (US$ 993 mil) e volume (923 mil toneladas) do Nordeste. A segunda onda com novas variantes do Coronarívus ainda mais letais, espalharam-se em vários países oportunamente às falhas nas medidas preventivas de controle da contaminação. No entanto, a pandemia tem favorecido a alta do mercado global das commodities agrícolas essenciais, como as carnes e os grãos, especialmente para países em desenvolvimento (produtores de matéria-prima), até porque a rápida recuperação econômica de grandes mercados importadores como a China, exercem grande pressão global de demanda. Por outro lado, com o dólar em alta, e a desorganização da cadeia de produção de bens intermediários provocada pela pandemia, mantém-se elevado o custo dos insumos importados e o apetite pelo mercado externo. No cenário doméstico, os elevados custos de produção e o desaquecimento da economia dificultam também a economia dos sistemas de produção de aves e de suínos, atividades dependentes de grãos. No Nordeste, destaca-se a maior liquidez das carnes de frango e suína frente à bovina. Estima-se que a escassez de gado para abate atinja o menor nível desde o 3T2018 no 1T2021 na Região, de 745 mil para 533 mil cabeças, queda de 28,43%. Os abates de frango e de suínos no Nordeste podem permanecer estáveis ou terem discreta variação negativamente em função das dificuldades da produção, muito embora o retorno do auxílio emergencial e o relaxamento das medidas de isolamento possam gerar demanda adicional por estas carnes alternativas à bovina, especialmente de frango e de ovos.