INDÚSTRIA DE ALIMENTOS
v. 5 n. 115 (2020)
Palavras-chave:
Indústria de Alimentos, Alimentos EmbaladosResumo
A indústria de alimentos possui grande importância na indústria de transformação, na participação no PIB e na geração de empregos, importância esta que é ainda maior no Nordeste, em comparação com o agregado nacional. O desafio para as empresas do setor tornou-se encontrar maneiras de crescer em conexão com as mudanças no padrão de decisão de compras e do comportamento dos consumidores, que envolve a busca por produtos associados à saúde e bem-estar, busca por canais alternativos de compras (valorizando a comodidade), aspectos éticos (incluindo transparência e sustentabilidade) e experiência. Para lidar com a dificuldade de participação no mercado e manutenção das margens em um mercado tão competitivo como o brasileiro, com restrições em termos de renda disponível dos consumidores, essas empresas têm adotado estratégias tais como a introdução de novos materiais de embalagem, investimentos em campanhas de marketing, modernização tecnológica dos processos de produção e maior eficiência de gestão. Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor, as vendas de alimentos embalados no Brasil, em reais (valores deflacionados a preços de dez/2019), devem crescer 18,4% entre 2020 e 2024, o que representa um crescimento de 3,4% ao ano. Apesar dessa perspectiva de crescimento, permanecem algumas preocupações importantes para a indústria de alimentos brasileira, especialmente em termos de progresso em relação à regulação. O Nordeste detém 21,7% dos estabelecimentos e 18,2% do emprego formal do setor, e possui algumas empresas que se destacam no mercado nacional, como o Grupo M Dias Branco, que tem se consolidado no grupo dos 10 maiores empresas de alimentos do Brasil, em termos de participação no mercado. A pandemia do COVID-19 trouxe desafios adicionais às empresas da indústria de alimentos, com maiores impactos nos segmentos que produzem alimentos com alto nível de consumo no chamado mercado “on-trade”, que inclui bares, restaurantes, hotéis, cafés etc., pois tais pontos de venda estão sendo proibidos de funcionar na maioria das grandes cidades brasileiras em função da necessidade de isolamento social.