LÁCTEOS
v. 6 n. 204 (2021)
Palavras-chave:
Leite, Queijo, Semiárido, Commodities, Covid-19Resumo
Em 2021, a produção total de leite deve alcançar 539 bilhões de litros, motivada pela melhoria do cenário externo, mas ainda afetada pelos efeitos da pandemia como: o avanço de uma nova onda da pandemia na Europa; problemas logísticos sobre as cadeias de suprimentos; alta das commodities; inflação de insumos e, consequentemente, dos alimentos. No Brasil, o comércio global já acumula déficit superior a US$ 310 milhões, no acumulado de janeiro a outubro de 2021, em transações comerciais da ordem de US$ 477 milhões. No Nordeste, no mesmo período, o déficit é de US$ 34,18 milhões, cujas importações são majoritariamente de queijo (US$ 23,34 milhões e média de US$ 3,83/ Kg) e as exportações predominam leite fluido (US$ 106 mil, com preço médio de US$ 1,22/Kg). Na região, cerca de 60,73% da produção, isto é, 1,97 bilhão de litros, tem origem na Agricultura Familiar, com maior plantel, 1.266.988 vacas (65%) em relação a patronal, mas de baixos rendimentos produtivo e econômico, muito embora a produção tenha elevado valor social e fundamental para a segurança alimentar das famílias. A produção total cresceu (10,54%) e o rebanho diminuiu (-5,13%), entre 2019 e 2020, de 1,55 para 1,71 bilhão de litros. Em 2021, houve alta mais modesta, de 5,22%, totalizando 12,37 bilhões de litros, considerando o 1S2021 em relação ao mesmo período do ano anterior. No contexto geral, da elevada alta dos principais insumos iniciada no início de 2019, dos baixos preços pagos ao produtor, da baixa competitividade da atividade no país frente a outros países, que exportam seus excedentes, da atual crise econômica e política, da elevada taxa de desemprego e do poder de compra da população, as perspectivas são de alerta ao produtor.