PETRÓLEO E GÁS NATURAL
v. 5 n. 145 (2020)
Palavras-chave:
Petróleo, Gás Natural, Covid-19, PerspectivasResumo
A indústria de petróleo é organizada em torno de uma atividade que envolve grandes economias de escala, riscos, custos e barreiras à produção de uma commodity não renovável, com forte ciclicidade e volatilidade, decorrente da necessidade de vultosos investimentos e do longo prazo de maturação para a maioria dos grandes projetos estruturantes. Além disso, a indústria possui características de mercado oligopolista, com concentração da produção e, principalmente, do comércio internacional em países que frequentemente passam por instabilidades geopolíticas. O Brasil, em 2019, estava na 15ª posição no ranking mundial de reservas de petróleo, na 31ª posição no ranking de reservas de gás natural, era o 10º maior produtor de petróleo e o 31º maior produtor de gás natural. Considerando o lado da produção, praticamente não houve impacto negativo da pandemia da COVID-19 no setor. Diferentemente do que ocorreu na produção, as vendas de derivados sofreram impacto da pandemia da COVID-19, apresentando queda de 7,8% no período de janeiro a setembro de 2020, em relação ao mesmo período de 2019. As perspectivas de desempenho dos indicado[1]res de produção e venda de petróleo, gás e derivados no Brasil são positivas para os próximos anos, exceto para a produção de gás natural. Com relação aos investimentos no setor de petróleo e gás no Brasil, a estratégia atual de venda de ativos da Petrobrás deve atrair novos investi[1]mentos privados, tendo em vista que nas fases pós-aquisições são esperados investimentos relacionados a adaptações, melhorias de eficiência dos processos, entre outros. Na Região Nordeste, estão localizados diversos desses ativos, especialmente campos terrestres de exploração e produção e unidades de refino, o que pode alavancar um aumento dos investimentos no setor de petróleo e gás na Região, caso haja sucesso na venda desses ativos.