INDÚSTRIA DE BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS
v. 7 n. 232 (2022)
Palabras clave:
Bebidas Não Alcoólicas, Desempenho, PerspectivasResumen
A pandemia da Covid-19 em 2020 causou forte impacto nas vendas de bebidas não alcoólicas em todo o mundo, especialmente em 2020 e nos momentos mais críticos de 2021. O cenário atual é de importante recuperação das vendas, especialmente das bebidas vendidas nos serviços de alimentação (bares e restaurantes, o chamado canal on-trade). Entretanto, além das consequências para as vendas, a pandemia trouxe mudanças importantes no comportamento do consumidor que se manter no médio e longo prazo, entre as quais se destaca o maior uso do comércio eletrônico como canal de compra e venda, bem como a consolidação de tendências que já vinham se destacando antes da pandemia, como a busca por bebidas que trazem maiores benefícios (ou menores malefícios) à saúde e a valorização de marcas que explicitamente aderem às questões vinculadas à sustentabilidade. Em termos de dinâmica do mercado brasileiro a premiumização alinha-se diretamente com essa tendência, à medida que cresce a importância da experiência e da indulgência. Oferecer serviços e produtos novos e de melhor qualidade tem sido prioridade para muitas marcas, mas essa tendência também definirá o futuro dos refrigerantes no Brasil daqui para a frente. Um fator de preocupação atual, tanto no mercado mundial, como no mercado nacional, e que não se restringe apenas ao mercado de bebidas, é a inflação. A forma como a crise econômica vem se mantendo, especialmente considerando a alta inflação, o câmbio (dólar) e o desemprego, continua impactando tanto empresas como consumidores. Disponibilidade e preços baixos são importantes, principalmente para aumentar os volumes, mas custos mais altos pressionam as margens, dando oportunidades limitadas para os players manterem suas atuais estratégias de preços e forçando aumentos constantes de preços que podem afastar os consumidores de renda média de categorias que são percebidas como indulgentes, como refrigerantes e bebidas energéticas. Com isso, considerando a persistente desigualdade de renda que predomina no Brasil, os efeitos acima citados podem ser ainda mais danosos ao mercado nacional.