AGRICULTURA FAMILIAR NO NORDESTE DO BRASIL: UM RETRATO ATUALIZADO A PARTIR DOS DADOS DO CENSO AGROPECUÁRIO 2017
DOI:
https://doi.org/10.61673/ren.2020.1271Palavras-chave:
Agricultura Familiar, Desenvolvimento Regional, NordesteResumo
O objetivo do presente artigo é analisar a importância e as características socioeconômicas da agricultura familiar da Região Nordeste do Brasil no final da segunda década do Século XXI. Para tanto, utiliza dados recentes do Censo Agropecuário 2017, adotando como critério metodológico o recorte da Lei da Agricultura Familiar. A despeito da grave seca que atingiu a região entre 2012-2017, o texto mostra que a agricultura familiar representa a maioria dos estabelecimentos rurais nordestinos, gera ocupação para mais de 4,7 milhões de pessoas, responde por parcela importante da oferta local de alimentos e contribui diretamente para o dinamismo da economia dos municípios da Região, movimentando mais de R$ 32 bilhões em 2017. Contudo, uma parcela expressiva do segmento ainda é muito pobre e tem o seu potencial produtivo bloqueado por “múltiplas carências de ativos” (acesso precário a terra, a educação formal, a assistência técnica, a tecnologias produtivas etc.). Nesse contexto, a articulação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da base de ativos dos agricultores familiares, com foco na geração de ocupação e renda, se constitui em uma ação estratégica para o combate à pobreza e a promoção do desenvolvimento regional.