FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DE SAÚDE INFANTIL NO BRASIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61673/ren.2025.1567

Palavras-chave:

Economia da Saúde, Desenvolvimento infantil, Evidência Empírica.

Resumo

O objetivo deste artigo é estimar uma função de produção de saúde infantil para o Brasil rural e urbano nos anos 2013 e 2019. O estudo baseou-se no Modelo teórico de Grossman, onde a saúde é inserida como fator determinante na Teoria do Capital Humano.  Os dados tiveram como fonte a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e a estimação ocorreu pelo método probit. Uma função de produção é definida pela relação entre produto e insumos. Neste trabalho, o produto (variável explicada) foi medido pela saúde retratada e os insumos (variáveis explicativas) referiram-se a determinantes socioeconômicos, assistência médica e informação. Os resultados indicaram dois cenários discrepantes para crianças residentes na zona rural e urbana. Atenta-se para a importância do insumo renda na Função de Produção de saúde infantil para as crianças residentes na zona rural brasileira. Já para a zona urbana, ser do sexo feminino, branco/amarelo, residir em domicílio com saneamento adequado, ser não-pobre, ter plano de saúde e acesso a informação infere positivamente na função de produção de saúde infantil.

Downloads

Biografia do Autor

Cristiéle de Almeida Vieira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Economista. Doutora em Economia Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Economista. Bolsista CNPq e CAPES. crissavieira@gmail.com

Referências

AGHELI, L.; EMAMGHOLIPOUR, S. Determinants of life expectancy at birth in Iran: a modified Grossman health production function. European Journal of Natural and Social Sciences, v. 4, n. 2, p. 427-437, 2015.

ALVES, T. F.; COELHO, A. B. Mortalidade infantil e gênero no Brasil: uma investigação usando dados em painel. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 8, p. 3137-3146, 2020.

ARTHUR, E. The effect of household socioeconomic status on the demand for child health care services. African Development Review, v. 31, n. 1, p. 87-98, 2019.

BANERJEE, A.; DEATON, A.; DUFLO, E. Health care delivery in rural Rajasthan. Economic and Political Weekly, p. 944-949, 2004.

BARUFI, A. M.; HADDAD, E.; PAEZ, A. Infant mortality in Brazil, 1980-2000: a spatial panel data analysis. BMC Public Health, v. 12, n. 1, p. 181, 2012.

BERENDES, D. et al. Household sanitation is associated with lower risk of bacterial and protozoal enteric infections, but not viral infections and diarrhoea, in a cohort study in a low-income urban neighbourhood in Vellore, India. Tropical Medicine & International Health, v. 22, n. 9, p. 1119-1129, 2017.

BRASIL. Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-04/bolsa-familia-reduz-pobreza-na-primeira-infancia-mostra-estudo. Acesso em: 20 jun. 2024.

CARAZZA, L. E. B. SILVEIRA NETO, R. D. M. S. et al. Renda e desigualdade regional na saúde infantil: um estudo empírico para as regiões metropolitanas brasileiras. Revista Econômica do Nordeste, v. 48, n. 3, p. 9-24, 2017.

CASIMIRO, G. G.; BALLESTER, R. E. D.; GARINGALAO, M. N. A multidimensional approach to child poverty in the Philippines. In: 12th National Convention on Statistics, EDSA Shangri-La Hotel, Mandaluyong City, p. 1-2, 2013.

CHECKLEY, W. et al. Effect of water and sanitation on childhood health in a poor Peruvian peri-urban community. The Lancet, v. 363, n. 9403, p. 112-118, 2004.

DALTRO, M. C. S. L.; MORAES, J. C.; MARSIGLIA, R. G. Cuidadores de crianças e adolescentes com transtornos mentais: mudanças na vida social, familiar e sexual. Saúde e Sociedade, v. 27, p. 544-555, 2018.

DA SILVA, C.; DOS SANTOS, A. M. A.; BALBINOTTO NETO, G. Função de Produção de Saúde para o Rio Grande do Sul em 2008. Brazilian Journal of Health Economics, v. 8, n. 2, p. 108-117, 2016.

DEATON, A. A grande saída: saúde, riqueza e as origens da desigualdade. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017.

DE SOUSA, J. S. et al. Estimação e análise dos fatores determinantes da redução da taxa de mortalidade infantil no Brasil. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, v. 10, n. 2, p. 140-155, 2016.

DICKIE, M. Parental behavior and the value of children's health: a health production approach. Southern Economic Journal, p. 855-872, 2005.

DUFLO, E. Child Health and Household Resources in South Africa: Evidence from the Old Age Pension Program. American Economic Review, p. 393-398, 2000.

DUFLO, A. Health Shocks and economic vulnerability in rural India: break the vicious circle. Centre for Micro Finance Research Working Paper, Center for Micro Finance, IFMR, 2015.

EDWARDS, L. N.; GROSSMAN, M. Children's Health and the Family. National Bureau of Economic Research. Working Paper, 1978.

FAYISSA, B.; GUTEMA, P. Estimating a health production function for Sub-Saharan Africa (SSA). Applied Economics, v. 37, n. 2, p. 155-164, 2005.

GALASSO, E.; UMAPATHI, N. Improving nutritional status through behavioural change: lessons from Madagascar. Journal of Development Effectiveness, v. 1, n. 1, p. 60-85, 2009.

GOBI, J. R. et al. Função de Produção de Saúde para o Brasil: análise pelo Modelo de Grossman. Revista Econômica do Nordeste, v. 50, n. 1, p. 85-100, 2019.

GREENE, W. H. Econometric analysis. Pearson Education Limited, 2012.

GROSSMAN, M. On the concept of health capital and the demand for health. Journal of Political Economy, v. 80, n. 2, p. 223-255, 1972.

GROSSMAN, M.; CORMAN, H. Determinants of Neonatal Mortality Rates in the US: A Reduced Form Model. National Bureau of Economic Research, 1986.

GROSSMAN, M. The human capital model of the demand for health. National Bureau of Economic Research, 1999.

GROSSMAN, M. The human capital model. In: Handbook of Health Economics. Elsevier, 2000. p. 347-408.

GROSSMAN, M. Household production and health. In: Jacob Mincer A Pioneer of Modern Labor Economics. Springer, Boston, MA, 2006. p. 161-172.

HECKMAN, J. J. The economics of inequality: The value of early childhood education. American Educator, 2011. p. 31-35.

HELLER, L.; COLOSIMO, E. A.; ANTUNES, C. M. F. Environmental sanitation conditions and health impact: a case-control study. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 36, n. 1, p. 41-50, 2003.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional de Saúde. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9160-pesquisa-nacional-de-saude.html. Acesso em: jan. 2021.

JENNINGS, V.; LARSON, L.; YUN, J. Advancing sustainability through urban green space: cultural ecosystem services, equity, and social determinants of health. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 13, n. 2, p. 196, 2016.

KARIMI, M.; BRAZIER, J. Health, health-related quality of life, and quality of life: what is the difference? Pharmacoeconomics, v. 34, n. 7, p. 645-649, 2016.

KASSOUF, A. L. Acesso aos serviços de saúde nas áreas urbanas e rural do Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 43, n. 1, 2005.

KHASANAH, U. et al. Healthcare-seeking behavior for children aged 0–59 months: Evidence from 2002–2017 Indonesia Demographic and Health Surveys. Plos one, v. 18, n. 2, 2023.

MATIJASEVICH, A. et al. Widening ethnic disparities in infant mortality in southern Brazil: comparison of 3 birth cohorts. American Journal of Public Health, v. 98, n. 4, p. 692-698, 2008.

MENEZES, A. et al. Mortalidade infantil em duas coortes de base populacional no Sul do Brasil: tendências e diferenciais. Cadernos de Saúde Pública, v. 12, p. S79-S86, 1996.

OSEI, C. K.; NKETIAH-AMPONSAH, E. Exploring the policy implications of household wealth differentials and under-five child deaths in Ghana. Discover Public Health, v. 21, n. 1, p. 9, 2024.

PAZ, M. G. A.; ALMEIDA, M. F.; GÜNTHER, W. M. R. Prevalência de diarreia em crianças e condições de saneamento e moradia em áreas periurbanas de Guarulhos, SP. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 15, p. 188-197, 2012.

PEREIRA, I. F. da S. et al. Estado nutricional de menores de 5 anos de idade no Brasil: evidências da polarização epidemiológica nutricional. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 3341-3352, 2017.

RASELLA, D. Impacto do Programa Água para Todos (PAT) sobre a morbi-mortalidade por diarreia em crianças do Estado da Bahia, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 29, p. 40-50, 2013.

RODRIGUES, M. B. Distribuição espacial da mortalidade infantil por doenças infecciosas e parasitárias (DIP) em Jaboatão dos Guararapes – PE. 2007. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2007.

SEN, A. Health in development. Bulletin of the World Health Organization, v. 77, n. 8, p. 619, 1999.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Editora Schwarcz S.A., 2010.

SILVA, C.; SANTOS, A. M. A.; BALBINOTTO NETO, G. Função de Produção de Saúde para o Rio Grande do Sul em 2008. Brazilian Journal of Health Economics, v. 8, n. 2, p. 108-117, 2016.

SOMMER, A.; WOODWARD, W. E. The influence of protected water supplies on the spread of classical/Inaba and El Tor/Ogawa cholera in rural East Bengal. The Lancet, v. 300, n. 7785, p. 985-987, 1972.

SOUSA, T. R. V.; LEITE FILHO, M. A. P. Análise por dados em painel do status de saúde no Nordeste Brasileiro. Revista de Saúde Pública, v. 42, n. 5, p. 796-804, 2008.

SOUSA, E. A.; SANTOS, A. M. A.; JACINTO, P. A. Efeitos da educação sobre a saúde do indivíduo: uma análise para a Região Nordeste do Brasil. Revista Econômica do Nordeste, vol. 44, n. 4, 2013.

SZWARCWALD, C. L. et al. Desigualdade de renda e situação de saúde: o caso do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, v. 15, p. 15-28, 1999.

THEME FILHA, M. M.; SZWARCWALD, C. L.; SOUZA JÚNIOR, P. R. B. Medidas de morbidade referida e interrelações com dimensões de saúde. Revista Saúde Pública, v. 42, n. 1, p. 73-81, 2008.

THORNTON, R. L.J.; YANG, T. J. Addressing population health inequities: investing in the social determinants of health for children and families to advance child health equity. Current Opinion in Pediatrics, v. 35, n. 1, p. 8-13, 2023.

TORRES, R. M. C. et al. Uso de indicadores de nível local para análise espacial da morbidade por diarreia e sua relação com as condições de vida. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 1441-1450, 2013.

VANDEMOORTELE, Jan. Equity begins with children. In: Global Child Poverty and Well-Being. Policy Press, 2012.

WICKHAM, S. et al. Poverty and child health in the UK: using evidence for action. Archives of Disease in Childhood, 2016.

WISE, P. H. Child poverty and the promise of human capacity: childhood as a foundation for healthy aging. Academic Pediatrics, v. 16, n. 3, p. S37-S45, 2016.

WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global Health Risks: mortality and burden of disease attributable to selected major risks. Geneva: World Health Organization, 2009.

WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. State of Inequality: Reproductive Maternal Newborn and Child Health: Interactive Visualization of Health Data. World Health Organization, 2015.

Downloads

Publicado

2025-02-10

Como Citar

Vieira, C. de A. (2025). FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DE SAÚDE INFANTIL NO BRASIL. Revista Econômica Do Nordeste, 56(1), 47–62. https://doi.org/10.61673/ren.2025.1567

Edição

Seção

Artigos