INTERIORIZAÇÃO DO CRÉDITO PRODUTIVO E EFEITOS SOBRE OS INDICADORES ECONÔMICOS MUNICIPAIS NA BAHIA: O PAPEL DO BNB E DA DESENBAHIA
DOI:
https://doi.org/10.61673/ren.2025.1616Palavras-chave:
Instituições de Fomento, Desenvolvimento Local, Emprego, PIB, SemiáridoResumo
O Sistema Nacional de Fomento é composto por instituições que atuam no financiamento do desenvolvimento econômico e regional. A literatura nacional tem focado na análise dos efeitos da oferta de crédito de instituições privadas ou públicas com atuação nacional ou regional. Por sua vez, o Brasil apresenta grandes heterogeneidades regionais e subnacionais e há forte concentração do crédito nas regiões mais dinâmicas. Portanto, esse estudo tem como objetivo analisar os efeitos econômicos da expansão do crédito nos municípios da Bahia, ao longo do período de 2010 a 2018, a partir de duas instituições de fomento subnacionais com atuação no estado, o BNB e a Desenbahia. Utilizou-se um modelo de efeitos fixos para estimar os efeitos de interesse, a partir de um banco de dados em painel com indicadores econômicos dos municípios da Bahia. Os resultados mostraram efeitos positivos da atuação conjunta das instituições de fomento sobre o emprego por estabelecimento formal e o número de estabelecimentos médios. Efeitos heterogêneos foram encontrados entre municípios no semiárido e fora da região.Downloads
Referências
ARAUJO, V. L. D. et al. O sistema brasileiro de instituições financeiras subnacionais para o desen-volvimento: um panorama. Nova Economia, v. 23, n. 3, p. 579-618, 2013.
ARTICULAÇÃO SEMIÁRIDO BRASILEIRO – ASA. Semiárido. 2022. Disponível em: < https://www.asabrasil.org.br/semiarido>. Acesso em 11, fev. 2022.
ATERIDO, R.; HALLWARD-DRIEMEIER, M.; PAGES, C. (2011): Big constraints to small firms’growth? Business environment and employment growth across firms, Economic Development and Cultural Change, 59, 609–647.
AYYAGARI, M.; DEMIRGUC-KUNT, A.; MAKSIMOVIC, V. (2011): Small vs. young firms across theworld: contribution to employment, job creation, and growth. World Bank Policy Research Working Paper No. 5631.
AYYAGARI, Meghana et al. Access to finance and job growth: firm-level evidence across developing countries. Review of Finance, v. 25, n. 5, p. 1473-1496, 2021.
BANCO CENTRAL DO BRASIL – BCB. Estatística Bancária Mensal por município – ESTBAN. 2022a. Disponível em: <https://www4.bcb.gov.br/fis/cosif/estban.asp? frame=1>. Acesso em: 24, fev. 2022.
BANCO CENTRAL DO BRASIL – BCB. Sistema Gerenciador de Séries Temporais (SGS). Economia Regional. 2022b. Disponível em: <https://www3.bcb.gov.br/sgspub/ localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries>. Acesso em: 10, fev. 2022.
BOYD, John H.; PRESCOTT, Edward C. Financial intermediary-coalitions. Journal of Economic theory, v. 38, n. 2, p. 211-232, 1986.
BRASIL. MINISTÉRIO DA CIDADANIA. Bolsa Família. 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/outros/bolsa-familia>. Acesso em: 14, fev. 2022.
BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho – PDET, 2018. Disponível em: <http://pdet.mte.gov.br/rais>. Acesso em: 14, fev. 2022.
BROWN, M.; JAPPELLI, T.; PAGANO, M. (2009): Information sharing and credit: firm-level evidence from transition countries. Journal of Financial Intermediation, 18, 151–172.
BURGESS, R.; R. Pande (2005): Do Rural Banks Matter? Evidence from the Indian Social Banking Experiment. American Economic Review, 95, 780–795.
CARVALHO, D. (2014). The Real Effects of Government-Owned Banks: Evidence froman Emerging Market. The Journal of Finance, 69, 577–609.
COLEMAN, Nicholas; FELER, Leo. Bank ownership, lending, and local economic performance during the 2008–2009 financial crisis. Journal of Monetary Economics, v. 71, p. 50-66, 2015.
DA MATA, Daniel; RESENDE, Guilherme. Changing the climate for banking: the economic effects of credit in a climate-vulnerable area. Journal of Development Economics, v. 146, p. 102459, 2020.
DA MOTA ALMEIDA, Wilton Luiz; DE SANTANA, José Ricardo. O microcrédito como estratégia de redução da pobreza no Nordeste: uma avaliação a partir do programa Crediamigo. Revista Econômica do Nordeste, v. 42, n. 1, p. 25-48, 2011.
DE NEGRI, João Alberto; ARAÚJO, Bruno César Pino Oliveira de; BACELETTE, Ricardo (Orgs.). Financiamento do desenvolvimento no Brasil. Brasília: IPEA, 2018. 316 p.
DE NEGRI, João Alberto; ARAÚJO, Bruno César Pino Oliveira de; BACELETTE, Ricardo; FIORAVANTE, Dea; LI, Denise Leyi; FURTADO, Bernardo. Financiamento do desenvolvimento no Brasil. Brasília: Radar: tecnologia, produção e comércio exterior (IPEA), n.59, 2019.
DUTRA, L. D. et al. Desigualdade na oferta de crédito regional a pessoas jurídicas: uma análise em painel para o período 2000-2011. Economia e Sociedade, Campinas, v. 24, n. 3 (55), dez. p. 681-708, 2015.
EHRL, Philipp; PORTUGAL, Rodrigo. Distribuição de crédito e crescimento no Nordeste: uma comparação entre BNDES e BNB 2010-2019. Texto para Discussão Ipea, n. 2678, 2021.
FULFORD, S. L. (2015): “How Important Are Banks for Development? National Banks in the United States, 1870–-1900.” The Review of Economics and Statistics, 97, 921–938.
GALINDO, A.; MICCO, A. (2005): Bank credit to small and medium-sized enterprises: The role of creditor protection. IDB Working Paper No. 438.
GILBERT, A.; KOCHIN, L., 1989. Local economic effects of bank failures. J. Financ. Serv. Res. 3 (4), 333–345.
GREENWOOD, Jeremy; JOVANOVIC, Boyan. Financial development, growth, and the distribution of income. Journal of political Economy, v. 98, n. 5, Part 1, p. 1076-1107, 1990.
GUISO, L.; SAPIENZA, P.; ZINGALES, L. 2004. Does local financial development matter? Q. J. Econ. 119 (3), 929–969.
HALTIWANGER, J.; JARMIN, R.; MIRANDA, J. (2013): Who creates jobs? Small vs. large vs. Young. Review of Economics and Statistics, 95, 347–361.
HECKMAN, J. J. et al. Characterizing selection bias using experimental data. [S.l.]: National bureau of economic research Cambridge, Mass., USA, 1998.
HORN, Carlos Henrique; FEIL, Fernanda. Instituições financeiras de desenvolvimento regional e os desafios do Sistema Nacional de Fomento. Economia e Sociedade, v. 28, p. 227-254, 2019.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Áreas territoriais, 2018a. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/estrutura-territorial/15761-areas-dos-municipios.html?=&t=o-que-e>. Acesso em 11, fev. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Estimativas de população, 2018b. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/estimapop/tabelas>. Acesso em 11, fev. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2018c. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pnadca /tabelas >. Acesso em 14, fev. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Produto interno bruto dos municípios, 2018d. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pib-munic/tabelas>. Acesso em 11, fev. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Divisão territorial brasileira, 2022. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/ estrutura-territorial/23701-divisao-territorial-brasileira.html?edicao=23704&t=o-que-e>. Acesso em 11, fev. 2022.
LEVINE, R. (1997): “Financial Development and Economic Growth: Views and Agenda,”. Journal of Economic Literature, 35, 688–726.
LEVINE, R. Finance and growth: theory and evidence. In: AGHION, P.; DURLAUF, S. (Eds.). Handbook of Economic Growth. The Netherlands: Elsevier Science, 2005.
PEREIRA, Greisson Almeida; SILVA, Emilson C. D. Retorno econômico dos bancos públicos e privados nos municípios baianos. Revista Econômica do Nordeste, v. 49, n. 3, p. 67-92, 2018.
PORTUGAL, Rodrigo. O que dizem as avaliações da política de desenvolvimento regional no Brasil? Revista Econômica do Nordeste, v. 48, n. 3, p. 157-170, 2017.
ROSENBAUM, P. R.; RUBIN, D. B. The central role of the propensity score in observational studies for causal effects. Biometrika, Oxford University Press, v. 70, n. 1, p. 41–55, 1983.
SILVA, Napoleão Luiz Costa da; ZILBERMAN, Eduardo. Restrições financeiras e o PIB per capita no Brasil. Brasília: Texto para Discussão Ipea, n. 2406, 2018.
SOUZA, Nelson Antônio de. Atuação de um banco de desenvolvimento para a superação da pobreza: o exemplo do Banco do Nordeste do Brasil. In: CAMPELLO, T.; FALCÃO, T.; COSTA, P. V. da. (Orgs.). O Brasil sem miséria. Brasília: MDS, 2014. 848 p.
STIGLITZ, J. E.; WEISS, A. (1981): Credit rationing in markets with imperfect information. American Economic Review, 71, 393–410.
STIGLITZ, J. The Role of the State in financial markets. Washington, DC: The World Bank, Annual Bank Conference on Development Economics, 1993.
WOOLDRIDGE, Jeffrey M. Econometric analysis of cross section and panel data. MIT press, 2010.
YOUNG, N. (2015): “Formal Banking and Economic Growth: Evidence from a Regression Discontinuity Analysis in India,” mimeograph, Boston University.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Econômica do Nordeste
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
