O AUXÍLIO EMERGENCIAL COMO “POLÍTICA PÚBLICA” PARA ENFRENTAR A POBREZA NA PANDEMIA DE COVID-19: EVIDÊNCIAS DE 2020 e 2021
DOI:
https://doi.org/10.61673/ren.2025.1629Palavras-chave:
Auxílio Emergencial, COVID-19, Taxas de pobreza, Desigualdade, inflaçãoResumo
O estado de calamidade imposto pela pandemia do Covid-19 forçou o governo brasileiro a implementar um programa de transferência de renda: o Auxílio Emergencial. Este artigo faz um escrutínio do efeito do AE sobre as famílias pobres e extremamente pobres, indagando se o programa atenuou as vulnerabilidades reforçadas pela pandemia de Covid-19. Para atingir este objetivo, foi feito levantamento bibliográfico e análise estatística (software R) do perfil dos beneficiários, a partir dos dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio e pelo Ministério da Cidadania. Os dados foram comparados à inflação do período, informação divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Os resultados apontam para as seguintes constatações: (i) a maior concentração dos beneficiários do Auxílio Emergencial entre mulheres, pretos e pardos, jovens e pessoas com baixo grau de escolaridade; (ii) as regiões mais pobres – Norte e Nordeste – tiveram mais beneficiários; (iii) a redução da extrema pobreza e da desigualdade está diretamente relacionada com o montante transferido pelo governo; e (iv) o Auxílio Emergencial atenuou os impactos da inflação no orçamento das famílias mais pobres, mas só cobriu o valor da cesta básica em seu primeiro desenho (abril a ago/2020), quando o montante transferido era mais elevado.
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