MULHERES ALGICULTORAS: ESTRATÉGIAS INOVADORAS NA ALGINOCULTURA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL E SOCIAL
DOI:
https://doi.org/10.61673/ren.2025.1651Palavras-chave:
Inovação social, Alginocultura, Economia Azul, Desenvolvimento localResumo
O estudo se propõe a compreender a percepção de trabalhadoras da alginocultura sobre a relação entre o cultivo sustentável e o desenvolvimento local de comunidades pesqueiras. Tendo como suporte teórico uma literatura que apresenta possibilidades alternativas capazes de promover transformações sociais e econômicas por meio de intervenções sustentáveis, a pesquisa analisa como a implementação de inovações nos processos de manejo e benefício de algas marinhas vem provocando mudanças nos hábitos e na organização de uma comunidade pesqueira local onde se evidenciam ações relacionadas com inovação social. Quanto ao método, a pesquisa se apresenta como descritiva e exploratória, pelo qual optou-se pela adoção de uma abordagem qualitativa, utilizando-se como técnica a análise temática de conteúdo para atender aos objetivos pretendidos. Como resultados, evidenciou-se que as intervenções promoveram transformações na organização coletiva da comunidade no que concerne as questões relacionadas à conscientização ambiental e ao papel socioeconômico das mulheres algicultoras.Downloads
Referências
ANDRÉ, I; ABREU, A. Dimensões e espaços da inovação social. Finisterra, XLI, v. 81, p. 121-141, 2006.
ANDREW, C.; KLEIN, J. L. Social Innovation: what is it and why is it important to understand it better. In: CRISES. Centre de Recherche Sur Les Innovations Sociales. Cahiers du CRISES. Quebéc, 2010.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010.
BARTER, N.; RUSSELL, S. Sustainable Development: 1987 to 2012 – Don’t Be Naive, it’s not about the Environment. In: AUSTRALASIAN CONFERENCE ON SOCIAL AND ENVIRONMENTAL ACCOUNTING RESEARCH (a-csear), 11., Proceeding… University of Wollongong, p. 1-18, 2012.
BELL, M.; FIGUEIREDO, P. N. Innovation capability building and learning mechanisms in latecomer firms: recent empirical contributions and implications for research. Canadian Journal of Development Studies/Revue Canadienne d’Études du Développement, v. 33, n. 1, p. 14-40, 2012. https://doi.org/10.1080/02255189.2012.677168
BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrast between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 1, p. 157-210, 1993. https://doi.org/10.1093/icc/2.2.157
BELL, M., PAVITT, K. The development of technological capabilities. In: HAQUE; IRFAN et al. (Coord.). Trade, technology and international competitiveness. Washington: The World Bank. 1995.
BETANHO, C., LOPES, G. R., LOPES, J. C. F. Agroecologia e economia popular solidária: alternativas para o desenvolvimento sustentável e emancipação feminina. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL FEMINISMO E AGROECOLOGIA - CIFA, 3., Recife. Anais... Recife: Associação Brasileira de Agroecologia. v. 15, n. 3, 2020.
BIGNETTI, L. P. As inovações sociais: uma incursão por ideias, tendências e focos de pesquisa. Ciências Sociais Unisinos, v. 47, n. 1, p. 3-14, 2011. https://doi.org/10.4013/1040
CAJAIBA-SANTANA, G. Social innovation: Moving the field forward. A conceptual framework. Technological Forecasting and Social Change, 2013.
CÂMARA, S. F.; SILVA, F. R.; PINTO, F. R. Vulnerabilidade socioeconômica do litoral cearense: mapeamento das localidades atingidas pelo derramamento de óleo. Caderno de Geografia, v. 30, n. 62, p. 817-817, 2020. https://doi.org/10.5752/P.2318-2962.2020v30n62p817
CASTELLS, M., CARDOSO, G. A Sociedade em Rede: do conhecimento à ação política; Conferência. Belém: Imprensa Nacional. 2005.
CARRASCO, C. A sustentabilidade da vida humana: um assunto de mulheres? [La sostenibilidad de la vida humana: ¿Un asunto de mujeres?]. In: NOBRE, M.; FARIA, N. (eds.). A produção do viver: ensaios de economia feminista. São Paulo: Sempreviva Organização Feminista, 2003, p. 11-49.
CASTRO, M. G., ABRAMOVAY, M. Gênero e meio ambiente. 2. Ed. São Paulo: Editora Cortez, 2005.
CAVALCANTI, C. Sustentabilidade da economia: paradigmas alternativos de realização econômica. In: Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez, 2003.
CHESBROUGH, H. W. Open Innovation: The New Imperative for creating and Profiting from Technology. Boston, Massachusetts: Harvard Business School Press, 2003.
COLEMAN, J. S. Social capital in the creation of human capital. American Journal of Sociology, v. 94, p. 95-120, 1998. https://www.jstor.org/stable/2780243
FRANCO, A. L. C. et al. Biodiesel de microalgas: avanços e desafios. Química Nova, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 437-448, 2013. https://doi.org/10.1590/S0100-40422013000300015.
GUEDES DE CASTRO, A. C. E. S., COSTA, A. A. Ética do cuidado, emancipação feminina e desenvolvimento sustentável: aproximações necessárias. Revista Paradigma, v. 31, n. 1, p. 129-150, 2022.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 7. Ed. Atlas: São Paulo, 2022.
GRANOVETTER, M. S. Economic action and social structure: the problem of embeddedness. American Journal of Sociology, v. 91, n. 3, p. 481-510, 1985. https://www.jstor.org/stable/2780199
GRILO, R.; MOREIRA, A. C. The social as the heart of social innovation and social entrepreneurship: An emerging area or an old crossroads? International Journal of Innovation Studies, v. 6, p. 53-66, 2022. https://doi.org/10.1016/j.ijis.2022.03.001
HAESBAERT, R. Identidades territoriais. In: ROSENDAHL, Z.; CORRÊA, R. L. (Org.) Manifestações da cultura no espaço. Rio de Janeiro: Eduerj, 1999. p. 169-190.
HAESBAERT, R. Prefácio. In: RIBEIRO, M. T. F.; MILANI, C. R. S. (Orgs.). Compreendendo a complexidade socioespacial contemporânea: o território como categoria de diálogo interdisciplinar. Salvador: Edufba, 2009. p. 11-18.
HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. 11. ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2007.
HARAWAY, D. Staying with the Trouble: Making Kin in the Chthulucene. Durham, London: Duke University. 2016.
HENRI-GROUXL, L. Contribuições da pesquisa qualitativa à pesquisa social. In: POUPART et al. (Org.) Pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Rio de Janeiro: Vozes, 2020.
JALONEN, H. Complexity-informed interpretation of social innovation. Public Money & Management, v. 42, n. 5, p. 356-359, 2022. https://doi.org/10.1080/09540962.2021.1981039
KRONEMBERGER, D. Desenvolvimento local sustentável: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Senac, 2019.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Sociologia geral. 8. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A, 2019.
LAVILLE, J. L. Economia plural. In: CATTANI, A. D. et al. (Orgs). Dicionário Internacional da outra economia. Coimbra-São Paulo: Editora Almedina, 2009.
LEFF, E. Ecofeminismo: el género del ambiente. Revista Polis, n. 9, 2012.
LIFSCHITZ, J. A. Comunidades tradicionais e neocomunidades. Rio de Janeiro: Contracapa, 2011.
LISBOA, T. K., LUSA, M. G. Desenvolvimento sustentável com perspectiva de gênero – Brasil, México e Cuba: mulheres protagonistas no meio rural. Revista Estudos Feministas, v. 18, n. 3, p. 871-887, 2010.
LÖNNGREN, J., VAN POECK, K. Wicked problems: a mapping review of the literature. International Journal of Sustainable Development & World Ecology, v. 28, n. 6, p. 481-502, 2020. https://doi.org/10.1080/13504509.2020.1859415.
MEDEIROS, D. L. Aproveitamento energético das microalgas: uma avaliação de ciclo de vida. Dissertação (Mestrado em Engenharia Industrial) – Universidade Federal, Salvador, BA, Brasil, 2012.
MENDES, A. M. B. Comportamento defensivo: uma estratégia para suportar o sofrimento no trabalho. Revista de Psicologia, v. 14, n.1, p. 27-32, 1996.
MICHEL, J. A. Rethinking the oceans: Towards the Blue Economy. St. Paul: Paragon House, 2016.
MONTEIRO, A. O que é a Inovação Social? Maleabilidade Conceitual e Implicações Práticas. Dados, v. 62, n. 2, p. 2-34, 2019. https://doi.org/10.1590/001152582019187.
MOORE, H. Fantasias de poder e fantasias de identidade: gênero, raça e violência. Cadernos Pagu, Campinas, Unicamp, n. 14, p. 13-44, 2000. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8635341
MOULAERT, F., MACCALLUM, D., HILLIER, J. Social innovation: Intuition, precept, concept, theory and practice. The international handbook on social innovation: Collective action, social learning and transdisciplinary research, v. 13, p. 13-24, 2013.
MURRAY, R. S.; CAULIER-GRICE, J.; MULGAN, G. The open book of social innovation. Great Britain: NESTA, 2010.
NATIVIDADE, D. R. Empreendedorismo feminino no Brasil: políticas públicas sob análise. Revista de Administração Pública, v. 43, n. 1, p. 231-256, 2009. https://doi.org/10.1590/S0034-76122009000100011
NEUMEIER, S. Why do Social Innovations in Rural Development Matter and Should They be Considered More Seriously in Rural Development Research? - Proposal for a Stronger Focus on Social Innovations in Rural Development Research. Sociologia Ruralis, v. 52, n. 1, p. 48-69, 2012. https://doi.org/10.1111/j.1467-9523.2011.00553.x
NOVIKOVA, M., DE FÁTIMA FERREIRO, M., STRYJAKIEWICZ, T. Local Development Initiatives as Promoters of Social Innovation: Evidence from Two European Rural Regions. Quaestiones Geographicae, v. 39, n. 2, p. 43-53, 2020. https://doi.org/10.2478/quageo-2020-0012
OLIVEIRA, M. M. Como fazer pesquisa qualitativa. 3. ed. Rev. Amp. Petropolis, RJ: Vozes, 2010.
OLIVEIRA, E. C.; HORTA, P. A.; AMANCIO, C. E.; SANT’ANNA, C. L. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da zona costeira e marinha, algas e angiospermas marinhas bênticas do litoral brasileiro. 2002. Disponível em: http://rodadas.anp.gov.br/arquivos/Round8/sismica_R8/Bibliografia/MMA2002.PDF.
ONU - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Produção da aquicultura no Brasil poderá crescer 104% até 2025, destaca levantamento da FAO, 2016. Disponível em https://nacoesunidas.org/producao-da-aquicultura-no-brasil-podera-crescer-104-ate2025-destaca-levantamento-da-fao/. Acesso em: 15 abril 2023.
______. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, 2020. Disponível em https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em: 15 abril 2023.
PUTNAM, R. D. Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna. Rio de Janeiro: FGV, 2000.
ROLLIN, J.; VICENT, V. Acteur set processus d’innovation sociale au Québec. Québec: Université du Québec, 2007.
SACHS, I. Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável. Organização: Paula Yone Stroh. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
SCHATZKI, T. The Site of The Social: A Philosophical Account of The Constitution of Social Life and Change. Pennsylvania: Pennsylvania State University. 2002.
______. On Organizations as They Happen. Organization Studies, v. 27, n.12, p. 1863-1873, 2006.
______. Social change in a material world. New York: Routledge. 2019.
SCHRÖER, A. Social Innovation in Education and Social Service Organizations. Challenges, Actors, and Approaches to Foster Social Innovation. Frontiers in Education, v. 5, p. 1-8, 2020. https://doi.org/10.3389/feduc.2020.555624.
SEN. A. Desenvolvimento com liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
SILVER, J. J.; GRAY, N. J.; CAMPBELL, L. M.; FAIRBANKS, L. W.; GRUBY, R. L. Blue Economy and Competing Discourses in International Oceans Governance. Journal of Environment & Development, v. 24, n. 2, p. 135-160, 2015. http://doi.org/10.1177/1070496515580797.
SINGER, P. I. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2008.
TIGRE, P. B. Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
TIRUMALA, R. D.; TIWARI, P. Innovative financing mechanism for blue economy projects. Marine Policy, v. 139, 2022. https://doi.org/10.1016/j.marpol.2020.104194.
TORREÃO, N. A liderança feminina no desenvolvimento sustentável. Revista Ártemis - Estudos de Gênero, Feminismos e Sexualidades, n. 7, p. 101-121, 2007.
VIDOTI, E. C.; ROLLEMBERG, M. C. E. Algas: da economia nos ambientes aquáticos à biorremediação e a química analítica. Química nova, v. 27, n. 1, p. 139-145, 2004. https://doi.org/10.1590/S0100-40422004000100024
ZOBOLI, E. L. C. P. A redescoberta da ética do cuidado: o foco e a ênfase nas relações. Revista Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 21-27, 2004. https://doi.org/10.1590/S0080-62342004000100003
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Econômica do Nordeste

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.