CONCEITOS DOS IRMÃOS POLANYI COMO FERRAMENTAS DE ANÁLISE DE INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS: O CASO DA INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DO QUEIJO MINAS ARTESANAL DA REGIÃO DA CANASTRA/MG
DOI:
https://doi.org/10.61673/ren.2018.695Palavras-chave:
conhecimento tácito, instituições, Karl Polanyi, Michael Polanyi, Indicação Geográfica da Canastra.Resumo
O conhecimento e o território são estudados principalmente por duas ramificações teóricas: pelo enraizamento, baseado em Karl Polanyi e pelo conhecimento tácito, desenvolvido por Michael Polanyi. O objetivo desse artigo é, a partir de uma revisão das duas teorias, propor o uso delas como ferramenta de análise de indicações geográficas e aplicar esta análise ao caso da produção do Queijo Minas Artesanal. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico primário e pesquisa de campo na região com produtores familiares, instituições endógenas e exógenas. Os resultados mostraram que para ocorrer a formalização é necessário que os produtores adquiram novos conhecimentos e inovações provenientes de instituições exógenas. Descobriu-se que as divergências de conhecimento se fundam, principalmente, na forma como o conhecimento tácito e o codificado são transmitidos. Entretanto, para assegurar o conhecimento tradicional do processo produtivo do Queijo Minas Artesanal será necessária a compreensão deste fenômeno por parte das instituições exógenas, que perpassa obrigatoriamente pela confiança e proximidade, somente percebida e transmitida pelas instituições endógenas. Assim a introdução de indicações geográficas pode desencorajar produtores tradicionais a continuar produzindo, levando a uma perda de conhecimento da região.