Mudança climática, percepção de risco e inação no semiárido brasileiro: como produtores rurais familiares percebem a variabilidade climática no Sertão do São Francisco – Bahia

Autores

  • Flávio Henrique Eiró de Oliveira Universidade de Brasília - UnB
  • Diego Pereira Lindoso Universidade de Brasília - UnB

DOI:

https://doi.org/10.61673/ren.2014.114

Palavras-chave:

Mudanças climáticas, Semiárido

Resumo

Percepção, vulnerabilidade e adaptação formam o tripé conceptual dos estudos recentes sobre o impacto social da Mudança Climática. Considerando sua interdependência, e relativa deficiência de estudos do primeiro destes termos, esse trabalho se concentra na construção social de risco associado à mudanças do clima de produtores rurais familiares do Semiárido brasileiro, a partir da teoria da “sociedade de risco” proposta por Ulrich Beck. A pesquisa é apoiada em pesquisa de campo realizada em quatro municípios do Sertão do São Francisco baiano em 2011. O principal resultado alcançado diz respeito à homogeneidade da percepção de risco através das diferentes categorias sociais. Esse fato é atribuído ao caráter imperceptível dos riscos modernos, e ao papel da mídia de massa na construção dessa percepção de risco. A percepção de risco é associada com a intensificação de fenômenos já conhecidos, limitando adaptações nos sistemas de produção agrícola. Não sendo identificados processos de maior abrangência, e que poderiam ser irreversíveis, não existem novas adaptações difundidas motivadas por uma nova condição climática.

Biografia do Autor

Flávio Henrique Eiró de Oliveira, Universidade de Brasília - UnB

Flávio Eiró é doutorando em sociologia na École des hautes études en sciences sociales de Paris (EHESS), em co-tutela com o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. É mestre em sociologia (EHESS), mestre em Desenvolvimento Sustentável (UnB) e graduado em sociologia (UnB). É membro da Equipe de Pesquisa sobre Desigualdades Sociais do Centro Maurice Halbwachs (CNRS-ENS-EHESS) e pesquisador-associado da Sub-rede Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Regional no âmbito da Rede Clima (INPE/CNPq). Acumula experiência de pesquisa sobre agricultura familiar, pobreza rural e desenvolvimento sustentável na Amazônia e no Semiárido brasileiros.

Diego Pereira Lindoso, Universidade de Brasília - UnB

Diego Lindoso desenvolve pesquisa na interface entre mudança climática e desenvolvimento regional sustentável, com ênfase em adaptação, vulnerabilidade e agricultura familiar. É bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela UnB (2006), com mestrado (2009) e doutorado (2013) em Desenvolvimento Sustentável pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB). Foi Visiting researcher (2011-2012) do Climate Change Adaptation Reserach Group, vinculado ao departamento de Geografia da McGill University (Montreal, Canadá). Recebeu o prêmio CAPES de melhor Tese brasileira de 2014 na área de Ciências Ambientais. É membro do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), no qual contribuiu para o Grupo de Trabalho 2: Impactos, Vulnerabilidade e Adaptação. Atualmente, é consultor ambiental e pesquisador da sub-rede Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Regional, no âmbito da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima). É revisor da Revista Sustentabilidade em Debate (Sutainability in Debate) e do periódico Cuadernos de Geografia.

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Publicado

2016-05-06

Como Citar

Oliveira, F. H. E. de, & Lindoso, D. P. (2016). Mudança climática, percepção de risco e inação no semiárido brasileiro: como produtores rurais familiares percebem a variabilidade climática no Sertão do São Francisco – Bahia. Revista Econômica Do Nordeste, 45(4), 135–148. https://doi.org/10.61673/ren.2014.114

Edição

Seção

Artigos