Carne bovina

Abstract

A pandemia impôs relevantes abalos sociais e econômicos às nações do planeta, e cenários complexos nas cadeias de produtos. Setores de produtos e serviços não essenciais foram mais impactados, contudo, o setor rural tem se destacado em meio à crise sanitária, fornecendo alimentos e garantindo a segurança alimentar de outros países. O setor agropecuário tem contribuído, sobremaneira, para a economia nacional, e o arrefecimento das medidas restritivas das principais economias mundiais tem aquecido a demanda e elevado o preço das commodities agrícolas, favorecendo as exportações. O Brasil, em 2021, deve liderar as exportações globais de carne bovina, 2,40 milhões de toneladas, e de frango com 3,85 milhões de toneladas, e o segundo maior exportador mundial de carnes, com 7,5 milhões de toneladas, incluindo a suína. A Ásia é o principal destino das exportações de carne bovina do Brasil e do Nordeste; no acumulado de janeiro a outubro de 2021, foram cerca de US$ 5,01 bilhões (64,32%) e US$ 32,89 milhões (65,58%), respectivamente. Assim, o comércio global é uma janela factível para que o setor pecuário nacional possa superar a crise, sendo essencial o bom relacionamento diplomático para a abertura permanente do mercado. No ambiente doméstico, a alta de 8,26% no abate de bovinos entre o 1T2021 e o 2T2021, de 6,52 para 7,06 mil toneladas, interrompeu a trajetória de queda iniciada no 3T2020, 7,64 mil toneladas; contudo, a oferta de boi gordo ainda continua baixa, as exportações em alta, o poder de compra da população retraído, fatores que mantêm pressionados os preços da carne bovina e aumento de demanda para as carnes de frango e suína, além de proteínas industrializadas como alternativa. Com relação à indicação de vaca louca no Brasil, o protocolo sanitário foi implantado, muito embora as formas de “BSE atípica” são excluídas do âmbito da categorização pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) porque ocorrem espontaneamente em todas as populações de bovinos a uma taxa muito baixa.