FNE MPE: a contribuição do programa para a manutenção das empresas de pequeno porte na pandemia de Covid-19

Abstract

Este trabalho apresenta uma avaliação da efetividade dos créditos contratados por empresas de pequeno porte frente a um ambiente negocial adverso, como ocorreu durante a pandemia de Co vid-19, iniciada em fevereiro de 2020. O estudo consistiu de uma análise de dados coletados por meio de pesquisas documental e de cam po sobre os créditos contratados, durante o exercício de 2020, por clientes do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) do segmento de Micro e Pequenas Empresas (MPE), nos programas do Fundo Cons titucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). O Banco tem como uma de suas prioridades o atendimento creditício aos estabelecimentos de pe queno porte. Em 2020, superou, em 9,3%, as metas de contratação de operações com esse segmen to, e ultrapassou, em 26,7%, o desempenho de 2019 (BNB, 2021). Indaga-se: os créditos concedidos pelo BNB e contratados pelas MPEs foram eficientes, proporcionan do um adequado atendimento ao cliente? Foram eficazes, atingindo o esforço programado definido nas metas estabelecidas? Foram efetivos para as empresas, alcançando o fim para o qual os recursos foram contratados? A atuação do BNB foi relevante e coerente com as políticas e diretrizes traçadas para crédito aos pequenos negócios enquanto órgão promotor do desenvolvimento regional? O processo metodológico dessa pesquisa avaliativa consistiu na aplicação de um modelo de avaliação interna, não experimental, a partir da coleta de dados primários e secundários, o que possibilitou inferir sobre a contribuição do crédito para a manutenção dessas empresas e, consequentemente, os empregos por elas gerados. Alguns achados sobre as MPEs que tiveram apoio creditício durante a pandemia de Covid-19, mere cem destaque: 73,8% das empresas que participaram da pesquisa optaram por não utilizar a demis são como alternativa para redução de despesas; 63,4% conseguiram manter o patrimônio da em presa embora havendo redução no desempenho; 34,3% fecharam uma única vez em média 41 dias; 17,8% fecharam mais de uma vez em média 71 dias; 65,7% mudaram a forma de trabalhar; e 93,5% das empresas reconheceram a importância do crédito para sua manutenção em momentos de crise.