Financiamentos do FNE para implantação, manutenção e modernização dos atacarejos.

Abstract

No Brasil, os primeiros estabelecimentos de comércio varejista com o formato de atacarejo foram instalados, nos anos 1970, como clubes de compras. Após os anos 2000, se disseminaram além do eixo das capitais dos estados. Em 1990, havia 31 lojas instaladas, passando para 1.447 lojas, em 2023. O setor estimou, por meio de pesquisa de mercado, que 72,0% dos consumidores brasileiros haviam feito compras, nessas lojas pelo menos uma vez (Nocchi, 2023 a). Em 2022, o segmento do atacarejo sustentou a performance do varejo brasileiro com o maior crescimento em valor entre todos os canais. O varejo alimentar cresceu 13,0% em faturamento, e teve uma queda de 2,0% em relação ao volume de vendas, mas, ao se analisar somente o canal atacarejo, o faturamento cresceu 25,0%, e o volume de vendas, 6,0%. Com relação à participação dos atacarejos no varejo alimentar, de 2018 a 2023, o atacarejo ganhou 12,4 pontos percentuais de participação, saindo de 34,2%, para 46,6% (Nocchi 2023a). Para avaliar a contribuição do FNE para o segmento dos atacarejos, na área de atuação da Sudene, identificando o perfil das empresas e a motivação para a demanda de crédito, foi realizada uma pesquisa dos financiamentos para esse tipo de negócio a partir de um banco de dados dos estabelecimentos do setor comércio que contrataram operações do FNE. Este artigo apresenta os resultados de uma análise comparativa entre 29 empresas do segmento atacarejo que contrataram 113 operações, com recursos do FNE, perfazendo um total de R$ 397,1 milhões, em valores corrigidos, pelo IGP-DI, na posição 31 de dezembro de 2023.