Convênio entre BNB e UEPB viabiliza pesquisa sobre uso de coagulante orgânico no tratamento da água
Por meio do Edital Água e Saneamento, do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci), do Banco do Nordeste, a Universidade Estadual da Paraíba recebeu apoio para iniciar, ainda esse mês, pesquisa para análise da recuperação de águas do reservatório do Açude Epitácio Pessoa. O diferencial do estudo será o uso de compostos químicos orgânicos (coagulantes) derivados de plantas da Caatinga, como Jurema Preta, Angico e Cajueiro. A pesquisa ocorrerá num período de 24 meses e receberá um aporte de R$ 370 mil, em recursos não reembolsáveis do Fundeci, para realização das análises e custeio de bolsas de estudo.
O projeto “Recuperação de Reservatório de Abastecimento Eutrofizado do Semiárido: Produção e Aplicação de Coagulantes Orgânicos Derivados do Bioma Caatinga” será conduzido pela professora Weruska Brasileiro, do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e conta também com a participação da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). As atividades da pesquisa serão realizadas na Bacia do Rio Paraíba, nas cidades de Boqueirão, Cabaceiras e Campina Grande.
A eutrofização das águas resulta de processos de poluição com despejo de resíduos provenientes de atividades humanas, que deixam a água de rios e lagos com coloração turva e com baixos níveis de oxigênio, comprometendo todo o ecossistema aquático. O grupo de pesquisa da UEPB é o único do Nordeste que possui a expertise em coagulantes orgânicos com o bioma da Caatinga. Com a proposta, pretende atuar para a recuperação da qualidade das águas por meio do uso de novos coagulantes.
“Já temos duas patentes de coagulantes e, durante a pesquisa, pretendemos obter outras duas. Serão realizadas ações bastante inovadoras, além de utilizarmos materiais que não agridem a natureza, como é o caso do uso de metais pesados comumente utilizados em casos de combate à eutrofização”, explicou a professora Weruska Brasileiro.
Para o Banco do Nordeste, a pesquisa deve contribuir para ações inovadoras e sustentáveis que possam ser replicadas em áreas de enfrentamento de processos semelhantes. “O projeto prevê a divulgação dos resultados em comunidades rurais. Nossa expectativa é de que surjam novas oportunidades de negócios para produtores no semiárido, com o fornecimento de matéria-prima originada da Caatinga para empresas que fabricam coagulantes orgânicos”, explica o gerente José Rubens, do Ambiente de Programas Especiais e de Fundos de Pesquisa.
A assinatura do convênio foi realizada no mês de junho (15) em Campina Grande, com presença da reitora Célia Regina Diniz, equipe de pesquisadores e do agente de desenvolvimento, Artur Luiz Cordeiro, representando a Superintendência Estadual do Banco do Nordeste.