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Voltar Cientistas desenvolvem cultivares de pitaya geneticamente superiores

(Extraído de artigo da Embrapa. O Artigo completo pode ser acessado neste link)

Resistentes a doenças, as novas cultivares apresentaram bom desempenho nos pomares, mesmo sem a aplicação de produtos químicos. Essa característica as torna aptas para o cultivo orgânico, além de gerar menor impacto ambiental e financeiro na produção. Os frutos são bem doces, de polpa firme e as plantas apresentam manejo simples, boa produtividade e baixo custo de produção. 

Histórico da pesquisa

Os lançamentos são resultado de um trabalho que se iniciou na década de 1990, a partir da seleção de espécies com maior potencial comercial e, também, de cruzamentos realizados entre e dentro de diferentes espécies. No início dos trabalhos, a Embrapa Cerrados chegou a formar um banco de germoplasma (coleção de diferentes acessos da espécie) com 400 genótipos diferentes. “A maior parte dos materiais foi coletada no Cerrado e, outros, doados por colecionadores de cactáceas”, conta o pesquisador da Embrapa Nilton Junqueira , pioneiro nas pesquisas com pitaya no Brasil. O banco de germoplasma continha diferentes espécies de pitayas de centenas de clones de matrizes de plantas que foram identificadas e selecionadas. O objetivo das pesquisas foi selecionar espécies com maior potencial comercial e, dentro delas, as plantas com maior produtividade, maior resistência a doenças, e melhor qualidade física e química dos frutos. “Também foram selecionadas plantas autocompatíveis e autoférteis, ou seja, que produziam frutos sem a necessidade da polinização manual”, explica Junqueira.

Alexandre Veloso - São as primeiras cultivares de pitayas registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e chegam ao mercado para uniformizar e organizar a produção desse fruto

Sem necessidade de polinização cruzada

 

O pesquisador Fábio Faleiro , chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, enfatiza que a autocompatibilidade, ou seja, a capacidade de a planta produzir frutos sem a necessidade da polinização cruzada, foi um ponto importante da pesquisa. “Todas as cinco cultivares que estão sendo lançadas possuem essa característica. Isso representa um aspecto muito positivo no manejo da cultura. É ganho de tempo e de qualidade de vida para os produtores, que não precisam mais acordar de madrugada para fazer a polinização manual”, ressalta. As linhas de pesquisa com pitaya seguiram durante esses últimos anos em duas frentes. A primeira relacionada ao desenvolvimento de variedades geneticamente superiores, ou seja, mais produtivas, mais resistentes a pragas e doenças, teor de açúcar que atende ao gosto do consumidor, além da autocompatibilidade. Já a segunda frente desenvolveu o sistema de produção, cujos resultados geraram um conjunto de recomendações relacionadas a produção de mudas, plantio, podas de formação e produção, sistemas de tutoramento das plantas, adubações de plantio e de cobertura, além da irrigação, colheita e processamento dos frutos.

Autor: Juliana Caldas

Fonte: Embrapa