Paraíba - Ecossistema Musical - Cultura - Sobre o Banco
Paraíba
O estado da Paraíba sempre foi terra dos povos originários, além de ter sido um dos primeiros territórios ocupados pelos colonizadores, por isso sua formação cultural e musical é complexa, muito diversa e remete a centenas de anos, com raízes indígenas, africanas e europeias.
Na década de 30, a Missão Mário de Andrade registrou algumas manifestações da vasta cultura popular do estado como o aboio, o toré, o coco e outros cantos de terreiros de matrizes africanas, povos indígenas e comunidades tradicionais, além do repente dos violeiros, cantadores de rua, trabalhadores e até pedintes.
Grandes nomes da produção paraibana despontaram desde a música clássica no início do século XX como a Orquestra Sinfônica da Paraíba, o maestro José Siqueira e o pianista Antônio Guedes. Com a rádio vieram os primeiros artistas populares de massa como Jackson do Pandeiro, Rosil Cavalcanti, Marinês e Zé do Norte. Ao mesmo tempo na música instrumental nomes como Sivuca, Evandro do Bandolim e Canhoto da Paraíba revolucionaram o jeito como o mundo olhava para o pequeno estado cuja capital está no ponto mais oriental das Américas. Já na época de ouro das gravadoras e os compactos, ou LPs, nomes como Zé e Elba Ramalho, Chico César e Herbert Viana projetaram o nome do estado. Sem esquecer do movimento underground e da música independente de bandas de rock, rap, reggae e outros estilos urbanos a partir da década de 80 até os dias atuais, como Shock, Conspiração Apocalipse, Flávio C., Projeto 50, Cabruêra, Totonho e Os Cabra, Seu Pereira e Coletivo 401 e tantos outros nomes que o estado continua produzindo.
Os caminhos percorridos pelos curadores Rayan Lins e Sara Andrade para escolha dos artistas, seleção das músicas, criação das playlists e montagem das listas de álbuns seguem tanto esse recorte histórico da música produzida na Paraíba - e claro a partir do que se têm disponível nas plataformas digitais e sem a pretensão de ser um registro completo de toda nossa produção - quanto outros critérios igualmente importantes de representatividade de gênero, estilos e disposição geográfica para garantir a participação do interior do estado neste projeto tão importante que o Banco do Nordeste realiza. São mais de oito horas de música para (re)visitar e (re)conhecer uma das produções mais prolíficas do Nordeste, do Brasil e do mundo.
Rayan Lins
Sara Andrade
Rayan Lins
Sara Andrade
Sara Andrade nasceu em Campina Grande/PB e desde 2005 reside em Patos,
sertão do estado da Paraíba. Em 2013 iniciou o trabalho com produção cultural na
cidade, contribuindo com a fundação do Coletivo Espinho Branco, onde esteve no
grupo até 2019. Em 2013 e 2014 realizou o Grito Rock; de 2013 a 2019 realizou o
São João Alternativo; em 2015 e 2016 o Festival Espinho Branco de Artes e em
2022 produziu e dirigiu o “DOC SHOW Derréis”, promovido pelo CCBNB/Sousa