Bons ventos, bons negócios
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Por: Demóstenes Moreira de Farias*
A análise do cenário econômico permite às empresas obter percepções que revelem oportunidades e ameaças e que tragam insights que contribuam para a tomada de decisões na condução dos negócios e a definição de novas estratégias empresariais.
Uma das grandes notícias deste ano é a queda da taxa Selic, que era de 14,25% em 2016 e foi reduzida para 5,0% em 30/10/2019 e ainda pode sofrer redução neste ano. O Risco Brasil, que era de 533 pontos em 2015, caiu para 117 no mês de outubro deste ano. A inflação, que era de 10,67% em 2015, caiu a 3% neste ano. Esses e outros sinais que surgiram neste ano apontam para o distanciamento gradual do processo recessivo da economia dos anos recentes e se refletem positivamente nos índices de confiança do consumidor e dos empresários – encorajando-os a fazer novos planos de investimentos. Empresas anunciam investimentos gigantescos para os próximos anos, como a Enel (4 bilhões de euros), Braskem (R$ 600,0 milhões) Carrefour (R$ 2,0 bi) Nestlé (US$ 200,0 milhões), Volvo (US$ 250,0 milhões), Vale S/A (US$ 3 bilhões), Ifood (R$ 1,9 bilhão) e Grupo Pão de Açúcar (R$ 1,8 bilhão), só para citar algumas.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 119,1 pontos em setembro, registrando o crescimento de 12,3% em relação a setembro de 2018. Em setembro, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apresentou 89,7 pontos, o maior patamar desde março. As vendas de caminhões – indicador da circulação de mercadorias – subiram 40% de janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano passado, devendo chegar a cerca de 100 mil caminhões vendidos ao final de 2019. Para referência, as vendas haviam caído para 50 mil em 2016. As empreiteiras no varejo e da construção civil estão fazendo consultas às concessionárias de caminhão pela primeira vez nos últimos cinco anos e os pedidos do chamado “varejinho”, pequeno caminhão que supermercados utilizam, também começaram a voltar.
A Lei da Liberdade Econômica poderá contribuir para elevar significativamente o número de empresas em todo o país nos próximos anos, considerando que a sua tônica é a desburocratização, redução das amarras e desoneração das empresas. Cite-se, ainda, a ampliação do programa Brasil Mais Produtivo (B+P), da marca de 3 mil indústrias contempladas em 2018 para 100 mil até o fim do atual Governo. O programa é uma parceria do Governo Federal com o SENAI que visa a dar acesso às técnicas de manufatura enxuta e eficiência na indústria do “Sistema Toyota de Produção”.
Pelo visto, bons ventos chegam para contribuir para uma ambiência mais favorável aos negócios e trazem ótimos motivos para despertar o “espírito animal” do empreendedor e estimular o investimento na ampliação dos negócios na direção do alcance de novos patamares de resultados, seja incrementando a sua produção e vendas ou ampliando a estrutura da empresa.
*Professor de Vendas, Marketing Estratégico e Estratégia Empresarial. Mestre em Avaliação de Políticas Públicas, MBA em Marketing, Graduado em Administração.