Banco do Nordeste financia pesquisa para reduzir custos no tratamento de diabetes
O Banco do Nordeste (BNB) liberou, em março, a primeira parcela no valor de R$ 200 mil do total de R$ 302 mil voltados a financiar o desenvolvimento de uma pomada para tratamento de úlceras nos pés de pacientes com diabetes. A solução terá sua pesquisa baseada nos laboratórios da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e os testes serão no ambulatório de pé diabético, do Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão do Ceará (CIDH), em Fortaleza.
Os recursos não reembolsáveis são do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci). Entre os resultados esperados do projeto consta obter um produto capaz de cicatrizar completamente as feridas em tempo inferior a oito semanas, com melhor desempenho que os produtos comerciais atuais, que são importados. A expectativa é de que o projeto apresente os primeiros resultados em dois anos.
O medicamento conterá um potente composto neuroprotetor, antinflamatório, antioxidante e vasoprotetor (pinitol) e um composto antibacteriano, antitrombótico e vasodilatador (nitroprussiato), que será incorporado em nanoesferas de sílica para aumentar o tempo de liberar e absorver componentes tóxicos.
A expectativa é de que a pomada melhore a perfusão sanguínea na área lesada otimizando a microcirculação, evitando acidentes tromboembólicos e casos de amputação.
Para o superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do BNB, João Robério Messias, o projeto deve beneficiar portadores de diabetes e gerar impacto na economia. “Além dos resultados clínicos, com métodos mais eficientes para manutenção da saúde das pessoas, um produto farmacêutico autóctone deverá gerar emprego e renda na cadeia produtiva e a dinamização da economia regional”, afirma.
Segundo o Ministério da Saúde, que considera o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos). A estimativa da pasta é que o país chegue em 2030 com incidência da doença em 21,5 milhões.