Produção de carne bovina em Sergipe é a que mais cresce no Nordeste
Levantamento do Etene aponta que o estado registra o maior crescimento da Região, tanto no total de bovinos abatidos (+39,1%) quanto no total de toneladas de carne bovina (+35,2%)
Aracaju (SE), 30 de outubro de 2024 - Sergipe registra o maior aumento no abate de carne bovina entre todos os estados da região Nordeste. O crescimento de 39,1% se refere ao segundo trimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O levantamento foi divulgado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste (BNB), com base em dados do IBGE.
No total de animais abatidos, o estado de Sergipe passou de 53,6 mil para 74,6 mil cabeças de gado no período (+39,1%). No ranking do crescimento regional, em seguida vem o Piauí, com 28,4 mil bovinos (+33,4%) e a Paraíba, com abate de 27,5 mil animais (+27,5%). Em volume, Sergipe ocupa a segunda posição, porque a Bahia registra 341,6 mil cabeças de gado. Em terceiro lugar está Pernambuco, com 62,4 mil bovinos.
Com relação à carne bovina, a produção em Sergipe subiu de 15,9 mil para 21,5 mil toneladas (+35,2%). Na sequência estão os estados da Paraíba (+28,9%) e do Piauí (+26,1%). Em termos absolutos, o estado da Bahia lidera a balança (88,9 mil toneladas), seguido do Maranhão (47,4 mil toneladas) e de Sergipe (21,5 mil toneladas).
Itabaiana
O município de Itabaiana, no agreste do estado, se destaca na cadeia produtiva da bovinocultura de corte. Pequenos e grandes produtores trabalham na localidade, por isso é fácil encontrar carne bovina nas lojas, feiras e churrascarias. E há sete anos, foi criado o primeiro frigorífico de grande porte de Sergipe, no povoado Lagoa do Forno, a 12 km do centro da cidade.
Com área de 82 mil metros quadrados, o espaço é utilizado por criadores, marchantes e feirantes de todas as regiões de Sergipe. “Hoje temos capacidade de abate de dez mil cabeças de gado por mês, com 206 empregos diretos”, explica o empresário Moacir Souza.
Com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), a empresa comprou máquinas, equipamentos e caminhões com carroceria frigorífica. “O crédito do FNE, concedido pelo BNB, foi muito importante para viabilizar o empreendimento, que presta um serviço com forte impacto social e econômico, em todos os sentidos. Muitas pessoas utilizam e são beneficiadas pelo nosso serviço”, afirma Moacir.
No centro da cidade de Itabaiana, o empresário Valmir Junior gerencia um açougue há 15 anos. A empresa familiar já financiou a compra de um pequeno caminhão para o transporte das carnes, além de capital de giro. “Sempre recomendo a outros colegas que atuam no setor a buscar o crédito do BNB, porque a taxa de juros é atrativa. Quando você tem financiamento, dá para manter melhor o negócio, inclusive para negociar bons preços com fornecedores e parceiros”, conta Valmir.
O superintendente estadual do Banco do Nordeste, César Santana, reforça o papel da instituição no desenvolvimento da cadeia produtiva. Ele explica a dimensão socioeconômica da produção de carne no estado. “É um setor econômico que emprega muita gente, do sertanejo que possui cinco a dez cabeças de gado até o grande empresário rural, que possui dezenas ou centenas de funcionários. O Banco leva crédito e assistência técnica, por meio do programa de microcrédito rural Agroamigo e do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf. É parceria de qualidade, que ajuda a expandir a produção segura e saudável de carne em Sergipe”, disse o superintendente.