Banco do Nordeste Cultural expõe xilogravuras do paraibano Ciro Fernandes na Pinacoteca do RN
Depois do sucesso de visitação da exposição Novas Aquisições, que apresentou ao público obras de artistas potiguares entre os meses de julho e setembro, o Banco do Nordeste Cultural volta a ocupar os salões da Pinacoteca do Estado com peças de seu acervo artístico. Dessa vez, o público natalense vai ter a chance de conhecer as xilogravuras do paraibano Ciro Fernandes, que foram expostas recentemente no Centro Cultural do BNB de Sousa. A mostra será aberta no dia 22, às 10h, permanecendo até o dia 31 de janeiro de 2023.
A exposição é composta por 22 xilogravuras que contam a trajetória do artista desde os anos 1970 e que compõem o acervo do Banco do Nordeste. Entre as mais de 1.200 obras catalogadas há uma coleção de gravadores de todo o Nordeste. Na Pinacoteca, os quadros serão apresentados agrupados em temas do trabalho, festejos, religiosidades e imaginário popular. Além das gravuras, serão expostos livros de diversos autores encapados com a arte de Ciro Fernandes.
A xilogravura é uma técnica antiga, originária da China, muito difundida no Nordeste nas capas dos folhetos de literatura de cordel, mas que só a partir dos anos 1960 passou a ser considerada arte, assumindo autonomia artística independente da ilustração pura e simples. Ciro Fernandes é considerado um exemplo dessa transformação. Nas telas e capas de livros, as xilos recriam o imaginário cotidiano do Nordeste, que é sua origem.
“Ciro é paraibano, completou 80 anos em janeiro e merece nossa homenagem. Estamos iniciando um intercâmbio entre obras de arte de artistas de outros estados e, ao mesmo tempo, fortalecendo a parceria com a Pinacoteca do Estado, uma vez que a ideia é termos exposições temporárias do BNB nesse espaço”, explica a consultora cultural do Banco do Nordeste Jacqueline Medeiros.
Sobre o artista:
Ciro Fernandes nasceu em Uiraúna, no alto sertão da Paraíba, em 1942. Ele vem de uma família de artistas, aparentada dos mestres Vitalino de Caruaru e Severino de Tracunhaém. É desenhista e gravador, mas já experimentou várias técnicas de arte.
Como muitos nordestinos, mudou-se para São Paulo aos 17 anos de idade, onde foi operário e trabalhou nos açougues da zona leste da cidade.
Depois, fixou residência no Rio de Janeiro e, na feira de São Cristóvão, importante reduto da cultura nordestina na capital fluminense, começou a fazer xilogravuras gratuitas para os poetas de cordel.
O artista plástico, que ainda mora no Rio de Janeiro, já fez pinturas, desenhos e xilogravuras, inclusive capas de livros para Orígenes Lessa, Raquel de Queiroz, Ana Maria Machado e Gilberto Freire, entre outros.
Banco do Nordeste Cultural
O Banco do Nordeste Cultural é uma estratégia voltada ao fortalecimento das cadeias produtivas da cultura, visando à ampliação e disponibilização de ações culturais em todos os estados da área de atuação do Banco. Envolve os acervos artístico, histórico e bibliográfico, os Centros Culturais da instituição, a ocupação de equipamentos culturais, o patrocínio a projetos do segmento, a pesquisa e o crédito para empresas que movimentam o setor.
Como parte cultural da programação dos 70 anos do BNB, além das exposições, são realizadas outras atividades em 70 municípios da área de atuação do Banco, como o projeto Galerias Urbanas em 60 cidades da região e apresentações especiais nos Centros Culturais BNB, localizados em Fortaleza (CE), Cariri (CE) e Souza (PB). Para conhecer um pouco mais as ações desenvolvidas pelo Banco do Nordeste Cultural, acesse o perfil no Instagram @bancodonordestecultural.
Serviço:
Exposição Ciro Fernandes - 50 anos de xilogravuras
Abertura: 22 de outubro, 10h
Visitação: 23/10/22 a 31/01/23
Ter a Sex, 8h às 17h
Sáb e Dom, 9h às 16h