Voltar COP30: Debate aborda papel dos bancos de desenvolvimento na ampliação do financiamento climático no Brasil

COP30: Debate aborda papel dos bancos de desenvolvimento na ampliação do financiamento climático no Brasil
Kleber de Oliveira ressaltou a importância do BNB ao direcionar reembolsáveis e não reembolsáveis a projetos sustentáveis.
Sustentabilidade Belém (PA), 17/11/2025

À medida que o financiamento climático ganha centralidade nas negociações internacionais, instituições públicas brasileiras têm buscado fortalecer sua atuação para viabilizar uma transição ecológica justa e de largo alcance. Nesse contexto, O instituto Escolhas, organização da sociedade civil especializada em pesquisas sobre desenvolvimento sustentável, promoveu o painel "O papel dos bancos de desenvolvimento e do orçamento público no financiamento climático: desafios e oportunidades para a transformação ecológica brasileira”, realizado neste sábado, 15, no Pavilhão Brasil (área verde), da COP30, que se realiza em Belém (PA).

A sessão reuniu representantes de bancos de desenvolvimento e especialistas para discutir como o país pode estruturar instrumentos financeiros capazes de acelerar investimentos verdes e ampliar sua liderança no tema. O Banco do Nordeste marcou presença por meio do gerente executivo do Ambiente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável, Kleber de Oliveira, que apresentou a visão da instituição sobre o papel estratégico das finanças públicas no desenvolvimento regional sustentável. Ele destacou que, desde 2023, o Banco já destinou R$ 15,4 bilhões a projetos de energia renovável e vem aplicando integralmente os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), com mais de 70% dos recursos classificados como de contribuição social, ambiental e climática, com base na taxonomia verde da Febraban.

"Tivemos a oportunidade de o Banco reforçar o seu compromisso com a aplicação total do Fundo Constitucional ano a ano, direcionando recursos para sustentabilidade, conservação e proteção do meio ambiente, transição energética e ecológica justa,  além de recursos não reembolsáveis com seu Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e e o Fundo de Sustentabilidade", destacou o gestor.

O debate abordou ainda a integração entre políticas fiscais e crédito público sustentável, com base no Plano de Transformação Ecológica e no Plano Clima, ambos do Governo Federal. Entre os desafios e oportunidades destacaram-se a necessidade de ampliar recursos voltados ao combate ao desmatamento, restauração de ecossistemas, fortalecimento da agricultura sustentável e garantia de sistemas alimentares resilientes.

A dimensão socioambiental da agenda climática também esteve em foco. O diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, Alexandre Pires, ressaltou a importância estratégica da Caatinga no contexto nacional. “A Caatinga é o segundo bioma com maior número de municípios no Brasil, só perdendo para a Mata Atlântica. Estamos falando de um território de 28 milhões de pessoas. Se considerarmos todo o Semiárido, são 40 milhões de indivíduos afetados pelo processo de desertificação. Investir nesse território, na agenda climática e na restauração da Caatinga — que já perdeu quase 45% de sua vegetação nativa — é extremamente importante”, afirmou.

TAGS
desenvolvimento imprensa caatinga cop30 febraban